Vermelho e piscante.
"... com que palavras mesmo sua amiga expulsou você da vida dela?"
(A natureza da mordida - Carla Madeira)
"Some da minha vida", não conseguiu me expulsar da sua vida, pois vi que alguém encostara uma arma a sua cabeça, e te dizia: diga isso, ou eu atiro. E você disse. Você queria continuar vivo, pra poder me ver mais uma vez, e mais outra e outra mais.
Só que há palavras, que mesmo quando ditas por obrigação, sem querer, conseguem ferir. Mas é uma feridinha leve. Uma criança que tropeça e cai; a quem basta dizer: foi só um pulo, foi só um pulo, passou, passou. E, pronto, já pode correr outras vez.es E cair outras vezes.
Porém há palavras que quando se diz e não se é obrigado a dizê-lo, não há arma apontada à cabeça. Que disse porque quis dizer. Disse exatamente o que queria. Aquela palavra que em aparência nem chega aos pés do "some da minha vida". Fica vermelha e piscante:
Saída.
E o que podemos faze se não baixar a cabeça e caminhar em direção a placa luminosa?
Comentários
Postar um comentário